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Sabe aquele quarto de moleque de 15 anos, cheio de troféus? O quarto de Pedro Barros não é assim. "Calaboca, Fel, como não?" - você deve estar pensando. Bom, vai ter que ler. Mesmo ganhando competição atrás de competição e vivendo o skate 24 horas por dia, ele mantém a cabeça no mundo real, como você vai ver nas próximas linhas. De algum lugar do mundo, Pedrinho me respondeu as perguntas, falou da sua casa, suas viagens e pra onde vão seus troféus e medalhas. Além de me surpreender, mostrou uma mentalidade de gente grande, preparada e consciente de tudo o que está acontecendo. Esse vai longe!
E aí, Pedrinho, ta felizão com os últimos eventos?
Tem que estar feliz!! Ganhar um campeonato é sempre motivo pra muita felicidade.
McTwist. (Raul Passos)
Você correu em mais de uma modalidade nos X Games L.A. É cansativo ou dá pra agüentar de boa?
É, corri a Mega e o Park. É difícil para o corpo, cansa muito. E as pancadas da Mega destroem.
Stalefish em San Pedro. (Raul Passos)
A gritaria do público e do locutor dos eventos atrapalha ou dá um gás a mais?
Normalmente, eu estou com fone de ouvido. Mas o público agitado dá um gás.
A gente já sabe que o seu pai tá sempre viajando junto com você. Mas qual a importância que você vê no seu pai estar sempre junto? Ele fica no seu pé, faz você dormir cedo pra acordar bem no outro dia?
Ele faz a parte chata. Eu fico com a boa. Isso me ajuda muito. Organizar viagens, horários, rango, hospedagem, dirigir... Isso tudo é muito cansativo, ainda bem que eu não faço nada disso!
F/s ollie. (André Barros)
O que os grandes nomes do skate falam pra você, nos eventos? Tipo o Rune, Hosoi, Hassam... Eles têm medo quando te vêem chegando?? Como é a relação com esses caras?
Eu sei que eu sou mais um que eles têm que competir contra mas, no skate, quem anda tá ligado: o importante é a session ser legal. É legal quando eu pego uma bateria com esses caras, porque todos se elevam. Posso dizer que tenho uma boa relação com todos.
B/s tailgrab. (Raul Passos)
Algum deles já fez cara feia pra você, depois de perder o 1º lugar?
Não reparo isso, nem quero saber também. Problema de quem ficar. Eu também fico em segundo, em terceiro. Às vezes, nem vou pra final. Fazer o quê?
Tailgrab one foot. (Otavio Neto)
O Maloof é um campeonato que envolve muita grana. Você consegue sentir que o dinheiro muda o clima, ou nem muda tanto?
Claro, U$75.000 em cash, na mão, todo mundo quer. Ali, o que fala é o dinheiro mesmo. Tem o esquadrão daqueles que sabem que não vão ganhar um evento como esse, como eu, por exemplo. Então, só de estar ali na lista de convidados e com tanta mídia, já é animal.
Pegando o trem com Vovô e Piolho. (André Barros)
E a Mega? Ta ficando mais fácil?
Para todo mundo, mas não pode amolecer. O perigo está ali.
Você já tem alguma historia boa de aeroporto pra contar?
Na verdade, aeroporto é a pior parte da viagem. Não tenho nada de legal pra contar, então nem vale falar.
No rail da Mini Mega, no pads. (André Barros)
Você está tendo tempo pra conhecer os países, ou a correria tá tão grande que você só conhece as pistas?
Meu pai sempre programa algo legal pra fazer. Sempre ficamos de rolê. A gente fica uns dias de bobeira, e outros concentrado no evento. Em 90% das viagens, a gente fica um ou dois dias a mais, no mínimo, para passear.
Corner lipslide. (André Barros)
Qual o país com o pior clima pelo qual você já passou?
Na verdade, não estive em nenhum lugar ruim até agora. A Nova Zelândia tem um clima estranho. Frio, sol, vento, chuva, tudo junto, mas não chega a ser ruim.
Você já é mundialmente conhecido nas transições... E a rua, as bordinhas, gaps e tal, você curte também? Faz um street quando dá?
Eu adoro street. Só que onde eu moro não tem tanto asfalto, então fico limitado. Transição, eu tenho na porta de casa.
540. (André Barros)
O que você achou da sua capa na Concrete Wave? Já pegou uns vinte exemplares pra guardar?
Não, não tenho muito apego a essas coisas. Até minha medalha de ouro dos X Games eu já dei para um amigo. O que vale são os momentos mesmo.
O Jake Phelps já te deu algum conselho?
Esse foi um. Ele entrou no meu quarto, viu um monte de troféus e falou: “Isso só serve pra fazer inveja pras pessoas, não tem serventia.” Pensei bem sobre isso e, no outro dia, tirei tudo e dei. Hoje, todo evento que eu ganho alguma coisa, eu dou para quem eu sinto a vibe. O de Bondi eu dei para o pai do meu amigo de infância, e ele quase chorou. Pra mim foi bem melhor, porque deixei na mão de alguém que, realmente, poderá lembrar de mim para sempre.
Abraçado por Sergie Ventura. (Otavio Neto)
Como foi na Nova Zelândia? Tem muito skate por lá?
Eu fiquei com meu pai, minha mãe e o marido dela. Ficamos andando pelo país. Vimos algumas pistas, mas o melhor mesmo é o street. É alucinante em Auckland, muito bom para andar de madrugada na rua.
Ollie. (Heverton Ribeiro)
Você comeu carne de cachorro na China?
Não. Comi bem pra caramba. Hoje a China é diferente de 3, 4 anos atrás. Tem de tudo, comemos até em churrascaria.
E as australianas?
São gostosas também! Hahahaha!
Mesmo viajando muito, você acha importante ter um lugar pra chamar de casa? Qual é a sensação quando você chega no RTMF e sabe que vai ficar pelo menos algum tempo por lá?
Nossa, isso faz toda a diferença na minha vida. Eu amo minha casa e meus amigos. Ainda bem que eu posso viajar muito e voltar sempre para um lugar melhor ainda.
B/s disaster. (Heverton Ribeiro)
Quais os próximos destinos? Já tem algum?
Tudo por aqui nos Estados Unidos até o final do Ano. Alguns bate e volta, só preencher calendário. O melhor desse ano eu já fiz.
Stalefish no Protec Pool Party. (André Barros)
Pedro Barros tem é patrocinado pela Red Bull, Volcom, Vans, Evoke, Drop Dead, Pocket Pistol, Type-S, Independent e Aerial 7.
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